quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cena eletrônica gaucha e o resgate de nossas culturas - por João Ferreira Pimentel("meu bruxo"...hehehehe)


Crédito da foto: Murilo Ganesh



Nosso estado passa por um momento crítico da cultura da música eletrônica. Uma massificação crescente ataca eventos deste tipo, e esta popularização traz consequências negativas, tais como a extravio da verdadeira cultura, violência dentro das festas, abuso de drogas e falta de credibilidade.

No início da década de 90, festas eletrônicas na capital eram divulgadas de última hora. Então, tomando proporção de balada, o techno invadiu as pistas de dança, que eram somente indoor, e não traziam nenhuma outra possibilidade de entretenimento aos usuários. Por volta de 1998, o trance entrou no cardápio da e-music gaúcha e esta inserção mudou drasticamente o conceito do evento.

As pessoas queriam ir para a festa para manter contato com a natureza e provar de experiências psicodélicas. Assim, os festejos open air tornaram-se comuns e a duração do baile foi prolongada. Por um determinado período, as junções eletrônicas detiveram os preceitos básicos da cultura e tudo seguia nos conformes: festas com muita dança, paz, e harmonia

Começou aí o processo de massificação da cultura eletrônica, trazendo cada vez mais pessoas que nem sequer sabiam diferenciar estilos musicais. Instintivamente os conceitos da cultura local foram desconfigurados em meio a brigas, que antes pouco eram vistas, furtos e overdoses daqueles que testam os limites do corpo. O circuito comercial deu início há quatro anos em grandes produções. Certos núcleos só fizeram piorar o quadro no RS.

Márcio TPS, DJ profissional há 16 anos, diz que cabe aos produtores e DJs orientar estes novos freqüentadores da cena gaúcha. “O novo público está com uma visão ampla e solta da rave, isto é, não estão percebendo que existe um propósito atrás da música que toca”, afirma ele.
Em festas, palestras sobre conscientização ambiental, micro-lixo, oficinas artísticas, são opções para resgatar os valores da celebração da cultura.
A música tornou-se acessível devido à globalização, então as produtoras, em sintonia com DJs, têm a responsabilidade de difundir os conceitos do trance. E isto é possível sem causar rombos no orçamento da produção.

Atualmente as pistas estão recebendo atenção de maneira justa dentro da festa. Estilos como house, chillas e psytrance, têm tido cuidados para integrar de maneira bem elaborada o público gaúcho. Isto reforça a união das tribos e quebra tabus de diferentes estilos musicais.
Meios que com certeza irão afinar o ouvido e a mente do consumidor da rave, e não mantê-lo como zumbi na pista de dança.

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